sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mortalidade infantil entre indígenas aumentou 513%, aponta relatório


Quinta-feira, 29/06, lançamento do Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – 2010 que mapeia as condições de violência e violações de direitos humanos enfrentados pela população indígena. Somente em 2010, 92 crianças morreram por falta de cuidados médicos, o que representa um aumento de 513% se comparado a 2009, quando foram contabilizadas 15 vítimas. Entre os casos, um triste destaque para a situação desoladora do povo Xavante de Mato Grosso, que perdeu 60 crianças das 100 nascidas vivas. Todas vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas.
Em todo o país, pelo terceiro ano consecutivo, o número de assassinatos registrado chega a 60 casos. A maioria ocorreu no Mato Grosso do Sul, com 34 casos, o que representa 56% do total. O estado registra a segunda maior população indígena do país, com mais de 53 mil pessoas. “Algumas ocorrências aumentam, outras diminuem ou permanecem iguais, mas o cenário é o mesmo e os fatores de violência se mantém, reproduzindo os mesmos problemas”, afirma a doutora em Antropologia, Lúcia Helena Rangel, coordenadora da pesquisa.
Outro dado alarmante são os 33 casos de violência contra o patrimônio que evidenciam a situação conflituosa decorrente do modelo desenvolvimentista adotado pelo país, sobretudo pela falta de acesso à terra. “Mais uma vez é preciso afirmar que o pano de fundo das violências cometidas contra os povos indígenas, bem como a violação de seus direitos, é o desrespeito à demarcação de suas terras”, declara Lúcia. Além disso, 60 indígenas foram assassinados, outros 152 ameaçados de morte.
A metodologia de pesquisa empregada é a mesma utilizada nos anos anteriores: toma-se como fonte a imprensa escrita e virtual, rádios e veículos alternativos das mais diferentes cidades, bem como os registros sistemáticos efetuados pelas equipes do Cimi espalhadas pelos 11 regionais da entidade. Além disso, as informações provêm de relatórios policiais e do Ministério Público Federal. De acordo com Lúcia, os registros reproduzidos não esgotam todas as ocorrências acontecidas, mas indicam a tendência e as características dos ataques e ameaças que pesam sobre essa população.
Serviço
A publicação será lançada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na quinta-feir, 29/06, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), às 15h. Na solenidade de lançamento está confirmada a presença do secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, da coordenadora da pesquisa, Lúcia Helena Rangel, do presidente e vice-presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler e Roberto Antônio Liebgott, respectivamente, do conselho da entidade, e do colaborador Egydio Schwade, que durante muitos anos atuou junto ao povo Waimiri-Atroari, no Amazonas.
Com informações do CIMI, Conselho Indigenista Missionário 

Fonte: Sul 21

Nota da CNBB: Vencer a corrupção com mobilização social



O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília de 20 a 22 de setembro de 2011, manifesta sua solidariedade e apoio às últimas manifestações populares contra a corrupção e a impunidade, que corroem as instituições do Estado brasileiro.
A crescente interpelação da sociedade para melhor qualificar, social e eticamente, os seus representantes e outros poderes constituídos, se expressou como nova forma significativa do exercício da cidadania. Reveladora dessa consciência cidadã foi, além das atuais marchas contra corrupção, a mobilização durante a Semana da Pátria, que recolheu mais de 150 mil petições via internet em favor da campanha “Vamos salvar a Ficha Limpa”, fruto de ação popular que, neste mês completa um ano.
Atentos para que estas mobilizações se resguardem de qualquer moralismo estéril, incentivamos sua prática constante, com objetivos democráticos, a fim de que, fortificadas, exijam do Congresso Nacional uma autêntica Reforma Política, que assegure a institucionalidade do País.
O Estado brasileiro deve fazer uso dos instrumentos legais para identificar, coibir e punir os responsáveis por atos de corrupção. Sem comprometimento ético, no entanto, será impossível banir de nosso meio a longa e dolorosa tradição de apropriação do Estado, por parte de alguns, para enriquecimento de pessoas e empresas.
Neste sentido, insistimos nas propostas apresentadas, em nota conjunta da CNBB com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no dia da Pátria:
“Para tornar vívido o sentimento de independência em cada brasileiro, devem os poderes eleger PRIORIDADES que reflitam a vontade da população, destacando-se: no Executivo, a necessidade de maior transparência nas despesas, a efetiva aplicação da lei que versa sobre esse tema, bem como a aplicação da “Lei da Ficha Limpa” aos candidatos a cargos comissionados, que também deveriam ser reduzidos.
No Legislativo, a extinção das emendas individuais ao Orçamento, a redução do número de cargos em comissão, o fim do voto secreto em todas as matérias e uma reforma política profunda, extirpando velhas práticas danosas ao aperfeiçoamento democrático.
No âmbito do Judiciário e do Ministério Público, agilidade nos julgamentos de processos e nos inquéritos relativos a crimes de corrupção e improbidade por constituírem sólida barreira à impunidade, bem como o imediato julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade sobre a Lei Complementar n. 135/2010 (Ficha Limpa)”.
Que o Espírito Santo ilumine todos os que, no exercício de sua cidadania, trabalham pela construção de um Brasil novo, justo, solidário e democrático.
Brasília-DF, 22 de setembro de 2011
P – Nº 0913/11
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom Sergio Arthur Braschi
Bispo de Ponta Grossa
Vice-Presidente da CNBB Ad hoc
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Secretário-geral da CNBB é nomeado Bispo Auxiliar de Brasília

Leonardo Meira

Da Redação, com Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé (tradução de CN Notícias)


CNBB
Secretário-geral da CNBB e novo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília, Dom Leonardo Ulrich Steiner
O Papa Bento XVI nomeou o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, como novo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília. Até então, Dom Leonardo era Bispo Prelado de São Félix do Araguaia (MT). O anúncio da nomeação foi realizado nesta quarta-feira, 21.


Saiba mais

Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M., nasceu em 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha (SC), na Diocese de Criciúma. Emitiu a profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1976. Foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1978.

Estudou Filosofia e Teologia junto aos Franciscanos de Petrópolis e alcançou o Bacharelado em Filosofia e Pedagogia junto à Faculdade Salesiana de Lorena. Obteve, junto à Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, e a Licença e o Doutorado em Filosofia. Após os estudos e um período como vigário e pároco, foi formador no Seminário até 1986 e Mestre de noviços de 1986 a 1995. Foi professor de Filosofia e secretário no Antonianum de 1995 a 2003.

De volta ao Brasil em 2003, foi vigário na Paróquia Bom Jesus na Arquidiocese de Curitiba, bem como Docente na Faculdade de Filosofia Bom Jesus. Em 2 de fevereiro de 2005, foi nomeado como Bispo Prelado de São Félix e recebeu a sagração episcopal em 16 de abril do mesmo ano.

Bote Fé: Missa acolhe Cruz da JMJ e ícone de Maria no Brasil

Leonardo Meira

Enviado especial a São Paulo


Leonardo Meira / CN
Ícone de Nossa Senhora e Cruz da JMJ chegam ao Campo de Marte. Abaixo, parte dos cerca de 100 mil jovens que participaram do evento
A grande festa de acolhida dos dois símbolos máximos daJornada Mundial da Juventude (JMJ) - a Cruz e o ícone de Nossa Senhora - chegou ao seu cume com a celebração da Santa Missa, na tarde deste domingo, 18, a partir das 16h. OBote Fé reuniu 100 mil jovens no Aeroporto Militar de Campo de Marte, em São Paulo, segundo estimativas da Aeronáutica.
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arcebispo de Aparecida, Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, recordou, ao início da Missa, que o tema escolhido pelo Papa Bento XVI para a Jornada no Rio de Janeiro - “Ide e façais discípulos em todos os povos!” (Mt 28, 19) - é uma convocação.

"A Igreja coloca nas mãos de vocês um desafio: seguir Jesus e anunciá-Lo pela Palavra. A Cruz é sinal do compromisso em seguir o Mestre. Sem ela, não há ressurreição. Com Ele, venceremos. E Maria é modelo perfeito desse seguimento. Que sua juventude eterna nos encoraje a seguirmos o testemunho de Seu Filho. Vocês, jovens, são sentinelas do amanhã, a riqueza da Igreja no Brasil", declarou.

Já o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, representante oficial do Papa no evento, recordou que, na Cruz, é o próprio Cristo que passa. "É Cristo que dá novo ânimo à fidelidade na missão. Ele impulsiona a dar testemunho da fé. É impossível encontrar a Cristo e não mostrá-lo aos outros. Comunicai aos outros a alegria da vossa fé. O Papa dá a vocês a missão de serem protagonistas da bonita aventura de levar esses ícones da fé. Abracem o desejo da Cruz e desenvolvam a alegria de viver e alcançar felicidade", afirmou.

Participaram da celebração, além do presidente da CNBB e do Núncio Apostólico, o Arcebispo Emérito de São Paulo, Cardeal Dom Cláudio Hummes; o Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), Dom Orani João Tempesta; o Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Dom Eduardo Pinheiro; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representando a presidente Dilma Rousseff; o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e diversas outras autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e diversas outras autoridades eclesiásticas.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Diocese de NH
Mês Vocacional abre com ordenações diaconais: dia 31, às 15h30, na Catedral Basílica São Luiz Gonzaga (NH). Boa-tarde, povo de Deus!

Monja mais antiga do mundo sai da clausura para participar da JMJ

Rádio Vaticano

Jornal El Mundo
Monja espanhola Teresita, 103 anos, a mais idosa monja de clausura do mundo
Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011, de 16 a 21 de agosto, terá uma participante de destaque: a monja espanhola Teresita, 103 anos, a mais idosa monja de clausura do mundo. Ela sairá pela primeira vez do convento onde vive há mais de 84 anos para assistir ao encontro do Papa com os jovens.

Outra curiosidade: Irmã Teresita entrou no convento em que vive ainda hoje exatamente no dia em que Bento XVI nasceu, 16 de abril de 1927.
Pertencente à Ordem Cisterciense, a religiosa foi por mais de 20 anos madre superiora da instituição, e mesmo depois de aposentada continuou vivendo no mosteiro sem contato com o mundo exterior.
Entrevistada pelo jornal espanhol ‘El Mundo’, Irmã Teresita revela que teve medo ao optar pela vida monástica, mas foi ajudada por Deus. “Eu não sabia nada de monjas, mas Ele e Santa Terezinha me ajudaram e entre eles se acertaram para que não perdesse o ânimo” - declarou. Desde então, a vida da religiosa é dedicada à oração e ao trabalho no convento.
Segundo ela, “não se pode viver aborrecida em um convento: termina mal; ou se é feliz ou nada”. Para a religiosa, o segredo de sua alegria consiste em fazer aquilo para o que foi talhada. “Cada um deve ser feliz em sua profissão. As pessoas se sentem felizes quando seguem sua vocação. Só quem a vive pode sabê-lo” – garante.
‘El Mundo’ afirma que mesmo com 103 anos, a monja não se acomoda e continua acreditando que tem muitas coisas ainda por fazer: “Se Deus segue me mantendo aqui é por algum motivo”, declarou a religiosa, destacando que a oração é o maior dom que recebeu nestes mais de 100 anos de vida.
Sobre o seu modo de viver, Irmã Teresita foi bem clara: “Sei que muitos não entenderão minha maneira de viver, mas eu não entendo outra” - declarou.

terça-feira, 19 de julho de 2011

PASTORAL DA JUVENTUDE

Pastoral da Juventude é a ação dos jovens como Igreja, unidos e organizados a partir dos Grupos de Jovens. É a juventude evangelizando outros jovens em comunhão com toda a Igreja.
A PJ não é apenas uma organização ou uma estrutura como alguns ainda pensam. Na verdade, os grupos de jovens são a base desta pastoral e é no grupo e pelo grupo que a PJ acontece.
Quando o grupo busca aprofundar e viver a fé, atuar na comunidade, descobrir como transformar a realidade e, junto com os demais grupos, ser evangelizador de outros jovens, já está sendo e fazendo Pastoral da Juventude.
HISTÓRIA
A história da PJ começa em 1973,ou até antes com a Ação Católica Especializada: JAC (Juventude Agrária Católica), JUC (Juventude Universitária Católica), JEC (Juventude Estudantil Católica) e JOC (Juventude Operária Católica). No final da década de 70 e no início dos anos 80 a Igreja vivia um período de grandes expectativas, pois os sínodos de Medellin e Puebla trouxeram novos ares para a ação pastoral com a opção concreta pelos pobres e pelos jovens.
Esta opção possibilitou ampliar o trabalho que vinha sendo desenvolvido com a juventude para a construção de uma proposta mais orgânica. Assim, a PJ inicia definindo como missão: Somos jovens, cristãos, católicos, organizados como ação da Igreja evangelizando outros Jovens, para que, capacitados, atuemos na própria Igreja e nos movimentos sociais visando a transformação da sociedade em todo o Brasil.
ORGANIZAÇÃO
As dioceses passaram então a organizar a evangelização dos jovens em pequenos grupos (entre 12 a 25 jovens) e/ou reconhecer os já existentes. Para melhor acompanhar a organização e formação dos jovens, iniciou-se a articulação de encontros nacionais com o propósito de melhorar a comunicação e proporcionar o intercâmbio e a sistematização de experiências.
Esses encontros, que depois se tornaram assembléias, foram momentos ricos de reflexão sobre o acompanhamento dos jovens para a vida em grupo. A partir dessas experiências, surgem os Seminários para Assessores, que serviram como laboratório e espaços de reflexões importantes como: o Processo de Formação na Fé, a Metodologia de Trabalho com Jovens, as Políticas Públicas de Juventude, o Planejamento da Ação Pastoral, a Missão, e tantas outras discussões.
ATUALMENTE
Nesta caminhada de 22 anos, a organização da PJ esteve sempre atenta aos gritos e necessidades das diferentes realidades juvenis e à sua forma de se organizar.
Assim, valorizou e incluiu novas experiências de trabalho com a juventude a partir de seu meio específico:
PJ Rural, PJ Estudantil e PJ do Meio Popular. Essa realidade lhe exigiu uma nova forma de se articular e se organizar, levando-a a reorganizar sua metodologia para chegar aos adolescentes e jovens. A PJ está organizada em todas as regiões e estados do Brasil, com cerca de trinta mil grupos de jovens. Sua organização é por regional, conforme a da CNBB, composta por 17 regionais.
Cada regional tem sua organização própria com sua Coordenação Regional e Comissão de Assessores. Muitos regionais têm sua secretaria e equipe executiva. CNPJ A Comissão Nacional da Pastoral da Juventude (CNPJ) - é composta por um representante de cada regional. Esta comissão tem o papel de ser articuladora, animadora e elo de ligação da PJ e regionais. É ela que pensa o projeto financeiro e encaminha as decisões da reunião ampliada, dos encontros nacionais e da Pastoral da Juventude do Brasil (PJB). Também delibera sobre questões gerais de comunicação e encontros.
PROJETOS DE FORMAÇÃO
A PJ, em fidelidade ao Plano Trienal da PJB e atenta aos clamores da juventude, organizou seu Plano Trienal em sua Ampliada de Salgado/ SE, em janeiro de 2005. Entre tantos desafios, a PJ elencou alguns a serem respondidos através de cinco projetos:
• A juventude quer viver.
• Ajuri: conhecendo a diversidade da juventude indígena, ribeirinha, rural e quilombola.
• Mística e Construção.
• Caminho de Esperança – formação de líderes e assessores/as.
Conheça melhor os projetos: www.pjnacional.rg3.net
PJ e MOVIMENTOS
Temos a tendência de ver a PJ como se fosse um movimento entre outros. Então, optamos por um ou outro, conforme a simpatia ou conveniência. Pastoral e Movimento, é bom esclarecer, não são a mesma coisa, e nem podem ser colocados no mesmo nível.
Pastoral é a ação oficial e coordenada da Igreja - especialmente da diocese - para acompanhar o povo de Deus nas suas diversas categorias e situações, daí a Pastoral da Juventude, da Criança, dos Enfermos e tantas que conhecemos.
Movimento é uma forma particular de associa ção de cristãos para se apoiarem mutuamente na vivência da fé e colaborarem na missão da Igreja. Enquanto as Pastorais estão ligadas diretamente à estrutura da Igreja nos vários níveis, os Movimentos têm organização autônoma e supra-diocesana.
Pastoral da Juventude é a ação da Igreja diocesana, concretizada nas paróquias e comunidades e articulada com as demais através da CNBB, articulando as forças vivas que trabalham na evangelização da juventude a partir de certos objetivos e princípios comuns.
Os Movimentos, enquanto uma dessas forças vivas, seriam parte, instrumentos da Pastoral da Juventude. Não haveria PJ e Movimentos, mas uma Pastoral da Juventude Orgânica que incluiria a todos, com unidade de princípios e coordenação, mas com diversidade de métodos, ações e organizações.
Trecho da reflexão do Pe. Florisvaldo Orlando
(in memoriam)
POR QUE MORRE UM GRUPO DE JOVENS?
É comum ouvirmos falar que determinado grupo de jovens não existe mais. Por quê? Há várias razões e que podem ser diferentes dependendo do contexto. Apontamos aqui algumas Atitudes que podem ajudar a evitar a frustração de iniciar um grupo e em poucos meses restarem apenas as lembranças:
1.º Saber o que o grupo quer, ter opções e objetivos claros;
2.º Cuidar do lazer, do esporte e valorizar atividades culturais;
3.º Valorizar as tarefas do dia-a-dia;
4.º Um assessor amigo, companheiro e democrático;
5.º Escolher bem os conteúdos e que correspondam às necessidades do grupo;
6.º Cuidar da afetividade, cultivar a amizade, a ternura e namoros saudáveis;
7.º Valorizar a oração e uma espiritualidade engajada na realidade dos jovens da comunidade;
8.º Engajamento comunitário e social.
Estas são algumas, mas se o seu grupo quer conhecer a lista completa, acesse nosso Fórum na internet:www.missaojovem.com.br/forum ou http://www.pime.org.br/missaojovem/mjjovenspastoral.htm .

Para falar sobre Igreja é preciso conhecê-la, afirma Dom Celli

Kelen Galvan

Enviada especial ao Rio de Janeiro


Clarissa Oliveira/CN
''Há muitos que trabalham nos meios católicos e sequer conhecem o Catecismo... Como posso falar de algo sobre Igreja se não sei o que ela pensa?''
"Há muitos que trabalham nos meios católicos e nem sequer conhecem o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Como posso falar de algo sobre Igreja se não sei o que ela pensa?", foi o que afirmou, na manhã desta segunda-feira, 18, o presidente do  Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, no segundo dia de atividades do 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom).

Dom Celli declarou ainda que há pessoas que se dizem jornalistas católicos, mas nunca leram o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. "Como podem falar palavras de justiça e verdade se não conhecem o que a Igreja fala sobre os problemas sociais? É preciso encontrar pessoas que sejam capazes de trabalhar em equipe, capacitadas nas diversas áreas de comunicação, mas que amam a Igreja".

Acesse
.: Veja fotos do encontro no Flickr


O arcebispo afirmou que o importante não é se "tem uma câmera, um microfone, um computador, mas o que tem em seu coração". E questionou: "O que tem no coração? Qual sua experiência de Deus? Esse é o foco do anúncio de quem quer ser comunicador da Igreja em todas as suas forças e expressões. E isso requer de nós um constante exame de consciência, de como comunicamos [as notícias] e para quê."

Dom Celli salintou também que "é preciso dizer sempre a verdade, inclusive as mais incômodas, porém, sempre com caridade e respeito ao outro. Precisamos dizer palavras de justiça e elas podem ser pesadas em algum momento, mas é preciso dizê-las, porém sendo respeitosos. E esse critério vale para os ministros ordenados e para os fiéis cristãos".

O presidente do Pontifício Conselho recordou um acontecimento com João Paulo II que ele presenciou. "Um domingo, o Papa falou, no Angelus, sobre a família; no dia seguinte, os jornalistas o atacaram fortemente. No domingo seguinte, o Santo Padre falou de novo sobre a família; no dia seguinte, os jornalistas o atacaram novamente. Três dias depois, eu estava com ele num almoço, e ele disse aos que estavam presentes: 'Se Deus me quisesse sozinho no mundo para defender a família, eu o faria', e deu um soco na mesa que balançou todos os pratos, talheres e copos".

Isso para dizer que o que interessa para a Igreja é o ser humano. "No centro da comunicação está a pessoa. Concretamente, elas são únicas, irrepetíveis e dignas de máximo respeito, e é preciso alcançar uma dignidade autêntica".

Dom Celli explicou que, diante de tantas tecnologias, é preciso um "discernimento tecnológico", que permita selecionar o que realmente serve à missão da Igreja. E destacou, "o homem de hoje necessita de silêncio e calor, e não podemos oferecer a ele somente ruído e calor". Ele sugeriu ainda que nossas rádios e outros meios de comunicação pensem em como corresponder a essa "busca" que há no coração do homem.

O representante do Vaticano concluiu felicitando a Igreja no Brasil por sua criatividade e riqueza; e lançou o desafio de que ela possa "oferecer essa riqueza a toda América Latina e à Igreja em sua totalidade".

Colômbia: campanha já tem 4 millhões de assinaturas contra aborto

ACI Digital


O Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Dom Juan Vicente Córdoba, informou que até o momento a iniciativa para blindar a vida contra o aborto constitucionalmente já conta com o apoio de mais de quatro milhões de assinaturas.

A iniciativa busca modificar o artigo 11 da Constituição para blindar a vida desde a fecundação até a morte natural.

Com efeito, diversos meios colombianos como RCN e Caracol Radio informaram que esse dia o presidente do Partido Conservador, José Darío Salazar, apresentará o projeto de reforma constitucional.

Dom Córdoba explicou que embora a medida seja apresentada por Salazar, "este não é um projeto do Partido Conservador" como afirmam diversos meios, mas é "multipartidário e multirreligioso".

A iniciativa que busca a proteção da vida em todas suas fases conta com o apoio de deputados de diversos setores políticos e conta ademais com o respaldo de evangélicos, diversas denominações cristãs, judeus e muçulmanos na Colômbia.

Dom Córdoba explicou ademais que a modificação constitucional que está sendo exposta fecha "toda possibilidade ao aborto ou à eutanásia".

O Secretário da CEC disse que as quatro milhões de assinaturas reunidas nos últimos meses, mostram "um apoio popular" à iniciativa, que expressam além disso "o sentir do povo que respalda a vida".

Papa nomeia membros para Pontifícia Comissão para América Latina

Nicole Melhado

Da Redação, com Boletim da Santa Sé (Tradução: equipe CN Notícias)


Natalino Ueda / CN
Entres os novos membros nomeados está Dom Cláudio Hummes.
O Papa Bento XVI nomeou nesta terça-feira, 19, novos membros para a Pontifícia Comissão para a América Latina.

Dom Marcelo Sánchez Sorondo, Bispo titular de Vescovio e chanceler da Pontifícia Academia de Ciência e das Ciências e das Ciências Sociais, foi nomeado como novo conselheiro.

O presbítero brasileiro, o prefeito emérito da Congregação para o Clero, Dom Cláudio Hummes, foi nomeado membro desta Pontifícia Comissão.

E os Cardeais Francisco Javier Errázuriz Ossa, Arcebispos Emérito de Santiago do Chile; Julio Terrazas Sandoval, Arcebispo de Santa Cruz de la Sierra, da Bolívia; Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Arcebispo de Tegucigalpa, de Honduras e Juan Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima, no Perú, também foram nomeados membros da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Bispos sugerem uso de skype para facilitar evangelização

Renata Igrejas

Do Rio de Janeiro


Imprensa / CNBB
''Com o Seminário, cresce a sensibilidade dos bispos e das pastorais pela importância da comunicação'', afirmou o presidente da CNBB, Dom Damasceno
Os bispos defenderam Meios de Comunicação mais eficientes para as reuniões, como as videoconferências. O debate de encerramento do 1º Seminário de Comunicação para Bispos do Brasil (Secobb) foi acerca do Skype, um fenômeno das redes sociais, que permite chamadas telefônicas a qualquer distância, troca de mensagens e arquivos e videoconferências.

O bispo da Diocese de Parnaíba (PI), Dom Alfredo Schaffler afirma que as reuniões com as paróquias e dioceses, se tornarão mais frequentes e produtivas com este instrumento tecnológico. “É um dos instrumentos que podem ajudar na interligação. Pois, no nordeste nós percorremos grandes distâncias. E para percorrê-las são necessários custos. Para reuniões simples gastamos dois ou três dias de viagem e um custo enorme. Poderíamos dinamizar tudo isso, com as videoconferências”, afirmou o bispo.

O presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Cláudio Maria Celli, apoiou a ideia e afirmou que há interesse em aprimorar este tipo de comunicação na América Latina. O monsenhor fez, ainda, outras reivindicações aos demais bispos: “Urgência. Precisamos conhecer essa dimensão tecnológica".

Outro ponto foi sobre "o que comunicar e como comunicar?". "Não é qualquer um que vai falar pela Igreja, na televisão. Não é alguém bonito ou simpático que será escolhido. Alguém com bagagem, conhecimento eclesiástico que será enviado para representar a Igreja", afirmou Dom Celli, que destacou que a preparação dos futuros sacerdotes para a comunicação é outro ponto fundamental.

E, para finalizar, o prelado chamou atenção aos sites diocesanos. "Devemos melhorar a estrutura dos que existem e criar sites para as [dioceses] que não possuem. Um site mais interativo para as pessoas, que possa dialogar com os jovens, principalmente”, enfatizou.

Para o presidente da CNBB, o resultado do evento foi positivo para a Igreja e para o povo. “Creio que, com o Seminário, cresce a sensibilidade dos bispos e das pastorais pela importância da comunicação. A Igreja é comunicadora, porque ela é evangelizadora. E evangelizar é comunicar. E isso tudo deve nos ajudar a tomar mais consciência sobre a comunicação. Afinal de contas, Jesus Cristo foi o maior comunicador e, por isso, devemos seguir esta missão de mensageiros”, declarou o presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis.

Por fim, o presidente comentou o apelo de Dom Alfredo. “Essa ideia é fundamental. o Skype já é usado pela CNBB. E vamos começar alguns testes pilotos em breve, pois isso facilita muito a questão dos custos, para alguns bispos que estão muito distantes. Como presidente, darei toda a atenção para este projeto. Se navegar é preciso, comunicar é fundamental também para a Igreja”, afirmou o cardeal.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Confirmados primeiros casos de gripe A em Porto Alegre este ano

Até o momento, doença já foi identificada em 26 pessoas no Rio Grande do Sul.


 Foram confirmados ontem os primeiros dois casos de Gripe A em Porto Alegre neste ano. As pacientes são uma menina de 11 anos e uma mulher de 44 anos. Ambas não foram vacinadas contra a doença. Agora já são 26 confirmados no Rio Grande do Sul, sendo seis vítimas fatais.
De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Marilina Bercini, as novas confirmações mostram um aumento da circulação viral, mas de pequena magnitude. "Ou seja, o número de casos é baixo". Ela lembra que , em 2009, nesta mesma época, já haviam sido notificados 733 casos de gripe A no Estado. Em 2011, são 411 casos, sendo que 284 já foram descartados e 101 estão sendo investigados. 

Papa entregará pálio a novos Arcebispos brasileiros

Leonardo Meira

Da Redação, com Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé e Nunciatura Apostólica do Brasil

Os sete novos Arcebispos Metropolitanos brasileiros nomeados ao longo do último ano estão na lista dos que receberão a imposição do pálio das mãos do Papa Bento XVI na próxima quarta-feira, 29, Solenidade dos Santos Pedro e Paulo.

Os prelados são:
 - Arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger;
 - Arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães;
 - Arcebispo de Pelotas (RS), Dom Jacinto Bergmann;
 - Arcebispo de Santa Maria (RS), Dom Hélio Adelar Rubert;
 - Arcebispo de Passo Fundo (RS), Dom Pedro Ercílio Simon;
 - Arcebispo de Campo Grande (MS), Dom Dimas Lara Barbosa;
 - Arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha.

O Pontífice presidirá à Santa Missa na Basílica de São Pedro, às 9h30 (hora local). A cerimônia também marca o feliz acontecimento do 60° aniversário da Ordenação presbiteral de Bento XVI. Concelebrarão os Cardeais que assim o desejarem e os novos Metropolitas.



Papa entregará pálio a novos Arcebispos brasileiros

Leonardo Meira

Da Redação, com Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé e Nunciatura Apostólica do Brasil

Os sete novos Arcebispos Metropolitanos brasileiros nomeados ao longo do último ano estão na lista dos que receberão a imposição do pálio das mãos do Papa Bento XVI na próxima quarta-feira, 29, Solenidade dos Santos Pedro e Paulo.

Os prelados são:
 - Arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger;
 - Arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães;
 - Arcebispo de Pelotas (RS), Dom Jacinto Bergmann;
 - Arcebispo de Santa Maria (RS), Dom Hélio Adelar Rubert;
 - Arcebispo de Passo Fundo (RS), Dom Pedro Ercílio Simon;
 - Arcebispo de Campo Grande (MS), Dom Dimas Lara Barbosa;
 - Arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha.

O Pontífice presidirá à Santa Missa na Basílica de São Pedro, às 9h30 (hora local). A cerimônia também marca o feliz acontecimento do 60° aniversário da Ordenação presbiteral de Bento XVI. Concelebrarão os Cardeais que assim o desejarem e os novos Metropolitas.



Petrobras anuncia nova descoberta no pré-sal em Campos

Da Redação, com Agência Brasil

Um consórcio formado pela Petrobras e pelas empresas Repsol Sinopec e Statoil anunciou nesta quarta-feira, 28, a descoberta de um novo reservatório em águas ultraprofundas na Bacia de Campos. Segundo nota divulgada pela estatal brasileira, essa é considerada a principal descoberta na camada pré-sal de Campos.

O poço exploratório conhecido como Gávea está localizado a 190 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e tem uma profundidade total de 6.851 metros. O óleo, que foi encontrado em dois níveis diferentes, é considerado de boa qualidade pela estatal.

A existência de indícios de petróleo na área foi informada às autoridades brasileiras entre março e abril deste ano. A Repsol Sinopec é a operadora do consórcio, com 35% de participação. A Statoil tem 35% e a Petrobras, 30% do consórcio. 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Em busca da terra prometida

Um dos fenômenos que mais caracterizam este começo de século tem sido o aumento considerável da onda de migrantes que percorrem o mundo inteiro. São milhões de pessoas que fogem de guerras e conflitos sangrentos que assolam o Oriente Médio, a África e mesmo a América Latina. Muitos são vítimas de outro tipo de guerra: o flagelo da injustiça social e da pobreza, nos últimos anos, agravada no mundo inteiro. Além disso, tem crescido o número de "refugiados ambientais", pessoas que perdem casas e bens por causa de inundações, terremotos e outras tragédias ambientais.

Como a maioria é clandestina, não se consegue saber o número exato dos migrantes no mundo. A ONU calcula que sejam mais de 600 milhões. Só na América Latina, 26 milhões de pessoas vivem fora de seus países de origem. O Brasil abriga oficialmente 850 mil estrangeiros. Na realidade, o número é bem maior. No entanto, nosso país que se via como terra de chegada, viu multiplicar-se, nestes anos, o número de brasileiros que partem para tentar a vida em outros países. "Migrantes e refugiados não escolhem lugar de moradia. Vão para onde conseguem ficar", afirma Luiz Fernando Godinho, encarregado do organismo das Nações Unidas para os refugiados (Acnur).
Brasileiro tem fama de ser acolhedor e o país tem uma das legislações mais abertas com relação a migrantes e refugiados. Em 2009, o Ministério da Justiça decretou uma anistia aos migrantes clandestinos no país. A partir daí foram registrados legalmente 41.816 estrangeiros. Entretanto, para conseguir a permissão de permanência no Brasil, um estrangeiro tem de apresentar documentos que comprovem emprego legal com carteira assinada, ou propriedade de bens suficientes à manutenção pessoal e da família. Como vão conseguir isso os milhares de migrantes que vendem coisas nas ruas das grandes cidades ou os bolivianos que trabalham em indústrias de tecido nos barracões de São Paulo?
Infelizmente, as pesquisas não confirmam o bom acolhimento dos brasileiros. Africanos refugiados no Brasil afirmam sofrer discriminação racial. Latino-americanos de países vizinhos só conseguem trabalhos como estrangeiros clandestinos. Jovens declaram ser pressionadas à prostituição, ou a serviços degradantes.
Desde 1979, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu celebrar o "Dia dos Migrantes" no dia 25 de junho ou no domingo mais próximo a este dia. A cada ano, o Serviço de Pastoral dos Migrantes propõe um tema de debate e aprofundamento. Neste ano, em ligação com a Campanha da Fraternidade, o tema proposto é "Migração e Meio-ambiente", o que, no Brasil, nos recorda as milhares de pessoas que perderam casas e bens com as recentes inundações no Sul, no Norte, no Nordeste e agora em Roraima. Além disso, recordamos as aldeias indígenas deslocadas e inúmeras pessoas transferidas de seu lugar de origem pela hidroelétrica de Belo Monte, no Pará.
Em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Nações Unidas já consideravam direito de qualquer pessoa migrar de um país a outro. É importante que superemos os nacionalismos estreitos e consideremos a terra inteira como pátria de toda a humanidade. Do outro lado, a imensa maioria dos migrantes se sente forçada a migrar. Isso significa que se organizarmos um mundo de paz e justiça para todos, ninguém precisará deixar sua terra natal para viver melhor em outro local.
As festas juninas que, nestes dias, tomam conta de boa parte do Brasil, ao satirizar casamentos na roça e, nas quadrilhas, brincar com os bailes na corte, revelam uma dimensão crítica. Que possam ser instrumento de união da sociedade civil para tomar posição pela justiça e pelo direito de todos.

Marcelo Barros

Educar os filhos com autoridade e não autoritarismo: saiba mais

Leonardo Meira

Da Redação cnova


Montagem sobre fotos / Arquivo Pessoal
Doutores João Luís Machado e Adela Stoppel de Gueller
Educar os filhos com autoridade, e não autoritarismo, é um dos principais desafios diante dos quais os pais se deparam no processo de formação dos pequenos.

Ter autoridade implica desfrutar de alguma forma de comando ou poder sobre outras pessoas, característica de alguém que exerce o direito de se fazer obedecer. Já o autoritarismo diz respeito ao exagero, ao uso desproporcional de força, ao fim do diálogo, à intimidação ou mesmo humilhação, a todo um sistema ou ideologia totalitária.

Crianças formadas de maneira sadia precisam de pais que se filiem à primeira opção e saibam exercer de modo correto a autoridade que lhes é própria, em função dos seus papéis dentro de casa.

"No ambiente doméstico, a autoridade está relacionada ao respeito e consideração aos pais por parte de seus filhos, ligada aos laços sanguíneos, ao fato de que os pais, além de progenitores, se responsabilizam durante toda a infância e adolescência pela formação, valores, educação e preparação para o contato com o mundo externo, além dos sentimentos fortes que os unem", esclarece o doutor em Educação pela PUC-SP, João Luís Machado. 

Por sua vez, a psicóloga e coordenadora do setor de Clínica e Pesquisa do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientae, Adela Stoppel de Gueller, lembra que a pessoa investida de autoridade "se ocupa de fazer cumprir aqueles valores morais nos quais acredita, que lhe foram transmitidos por seus antecessores e que no presente toma como próprios. Para a criança, os pais são as primeiras figuras de autoridade e, durante muito tempo, as mais importantes. Ao longo da primeira infância, os pais vão transferindo esse direito para avós, professores, médicos, etc. A criança começa a ir à escola quando está pronta para reconhecer nos educadores figuras de autoridade, além das de seus pais".


Reflexos

Nas famílias em que prevalece o diálogo e a autoridade é percebida de forma natural, as crianças aprenderão a utilizar em suas outras relações, fora do âmbito familiar, as ferramentas da compreensão e do entendimento. "Nesse sentido, reitero a necessidade de que a argumentação deve ser sempre bem feita, clara e evidenciar a situação, os motivos da conversa, as questões em pauta, os problemas discutidos e as alternativas de solução", opina João Luís.

Sustentar a autoridade implica um compromisso ético e de muita responsabilidade acerca das ações dos adultos.

"Ter autoridade com os filhos decorre da seriedade que os pais têm consigo e entre si mesmos. Quando os pais sustentam a autoridade, estão transmitindo aos filhos o valor da responsabilidade e do compromisso, e é isso que permitirá que, um dia, seus filhos possam exercer o lugar de pais. Isso quer dizer que a autoridade está estreitamente ligada à transmissão de uma geração a outra e, por isso, é o canal por onde se transmitem os valores  do passado para o futuro. A autoridade apazigua as crianças porque transmite firmeza e segurança. Permite um questionamento que induz à reflexão, ou seja, induz a criança a pensar  sobre a ordem das coisas", explica Adela.

Por outro lado, famílias que são local de embates frequentes tendem a criar pessoas igualmente agressivas, repressoras e autoritárias em outros espaços e situações.

"Esta tônica infeliz, de agressões e autoritarismo, poderá, inclusive, levar à deterioração dos laços familiares e ao afastamento dos membros da família", diz o doutor João Luís. "O autoritarismo está  mais preocupado com o tempo presente, com o controlar uma situação atual. Por isso, exige que os pais tomem medidas como castigos ou punições que tem valor nesse momento, mas muitas vezes não têm efeito duradouro e, por isso, exigem ser repetidas. Pode ter como consequência uma submissão passiva ou uma rebeldia recorrente", esclarece a doutora Adela.


Reprodução
Educação sadia acontece pela autoridade exercida de forma correta, e não pelo autoritarismo exacerbado
Recuperação

E será possível para os pais recuperar a autoridade em lares nos quais tudo já está caótico e as relações são desrespeitosas? A regra é nunca perder a esperança.

"Algumas pessoas advogam que devemos zerar as relações, recomeçar mesmo. Pode ser uma boa alternativa esse recomeço, mas dependerá muito das pessoas acreditarem nisso. As cicatrizes e dores permanecem e qualquer recaída pode ser fatal. É preciso consciência, que se estabeleça um acordo coletivo, que as pessoas queiram muito, percebam que, além das diferenças, deve prevalecer o amor e os fortes sentimentos que as unem. É possível, sim, superar qualquer diferença quando o que de fato une as pessoas é um sentimento como o amor", acredita João Luís.

Esse não é um processo fácil e não há soluções prontas. Tudo exige tempo e trabalho. "Não há nada mais delicado nas relações humanas que a confiança. Quando as crianças nascem, dão um voto de confiança a seus pais. Eles têm que saber que esse é um presente precioso que seus filhos lhes deram. Se o perdem, terão um trabalho enorme para recuperá-lo. O que os pais terão que conseguir é que seus filhos voltem a acreditar na palavra deles. Às vezes, nesses casos, é necessário que um profissional intervenha para ajudar nesse reestabelecimento", diz Adela.


O que fazer

O diálogo deve ser a palavra de ordem na mediação dos inevitáveis conflitos ou diferenças de opinião que surgirem. Com base na opinião dos especialistas João Luís e Adela Stoppel, confira algumas dicas do que deve ser feito para exercer a autoridade:

 – pais educam pelo exemplo. Assim, o diálogo começa pela forma de relação entre o casal. O respeito mútuo assumido de forma honesta e franca diante dos filhos é a forma primordial de estabelecer para as crianças e adolescentes que é deste modo que se superam as divergências;
 – o diálogo assume tons variáveis de acordo com a maior ou menor ênfase que se pretende dar aos assuntos em discussão. Algumas vezes, a conversa tende a ser mais tensa ou dura. No entanto, não se pode perder de vista que, por mais sério e grave que seja o caso, as pessoas envolvidas nesta discussão são pais e filhos e que, dessa forma, em nenhum caso deve haver violência ou imposição, autoritarismo;
 – deve prevalecer a clareza das informações, o direito de os filhos se manifestarem, de apresentarem o seu lado, de se defenderem;
 – pais que tem autoridade transmitem segurança para o filho. É importante que a criança saiba que há alguém que ensina o que se pode fazer e o que é proibido;
 – a autoridade apoia-se no poder da palavra, ou seja, que a palavra tenha valor de ato e de promessa. A criança confia na autoridade de seus pais quando verifica que eles cumprem o que dizem e fazem o que prometem. As crianças buscam confirmar isso de forma recorrente;
 – a palavra não precisa ser dita a cada vez. Para um pai que tem autoridade, só com seu olhar a criança já entende que está fazendo algo que não devia. O olhar diz algo como: "Já lhe disse que...".


O que não fazer

De acordo com a psicóloga Adela, o autoritarismo instala-se no lar quando, por algum motivo, a autoridade perdeu sua base. "É geralmente uma tentativa de reinstaurar a autoridade e que, geralmente, fracassa, porque a sustentação simbólica da autoridade não está funcionando bem". Veja o que buscar não fazer, sob pena de se tornar um pai autoritário e não com autoridade:

 – o pai não deve desautorizar a mãe na frente da criança, ou vice-versa. A autoridade passará a ser questionada pelas crianças, pois parecerá relativa. essa relatividade não dá confiança suficiente para a criança;
 – atitudes autoritárias e violentas desencadeiam situações ainda piores, de confrontação e de transgressão ainda maiores. Proibir, punir ou limitar ações dos filhos, por exemplo, só tem sentido se a situação como um todo for explicada de forma clara a eles para que entendam os motivos destas sanções impostas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Profetismo, Discipulado e Missão

III ASSEMBLEIA DIOCESANA DAS CEBs
Diocese de São José dos Campos – SP
Tema:
“Profetismo, Discipulado e Missão”
CARTA ÀS COMUNIDADES
Nós, Comunidades Eclesiais de Base, coordenadores(as) e animadores (as), da Diocese de São José dos Campos, reunimo-nos em Assembleia, no dia 05 de junho de 2011, na Comunidade Santa. Clara, Paróquia São Vicente de Paulo, Jd. Pararangaba, cidade de São José dos Campos. Sessenta delegados(as) representaram as Comunidades de Base das nossas paróquias. Iniciamos com a celebração da Eucaristia, presidida pelo nosso Assessor Diocesano Pe. Ronildo Aparecido da Rosa. Na sua acolhida e em sua homilia ele reforçou que a Missão delegada para nós, povo de Deus, se dá aqui e agora, na Terra. Nosso lugar é aqui, transformando a realidade que vivemos.
Refletimos sobre o tema da nossa Assembleia, assessorados por Mauro Kano: “Profetismo, Discipulado e Missão”.
1- Missão: Nossa Missão é levar a Justiça de Deus, ou seja, estar ao lado dos que mais precisam. O Reino que Cristo nos trouxe é um Reino de Justiça, de Igualdade. Desta forma o modelo ideal de sociedade que temos que construir é a que coloque toda sua riqueza em comum para todos, segundo a necessidade de cada um. É esta sociedade que deve ser o Reino de Deus: uma sociedade onde não haja necessitados. Construir esta sociedade é a nossa Missão. É fazer que o Reino de Deus aconteça aqui. Na medida em que nós vamos transformando a sociedade toda, o Reino de Deus vai acontecendo. Esta foi a Missão de Cristo, esta é a nossa Missão. Portanto a nossa Missão é anunciar e viver o Evangelho.
2- Discipulado: O Reino de Deus tem que ser vivido 24h por dia para que ele possa acontecer. Ser discípulo significa seguir Jesus, seguir o Mestre. Jesus de Nazaré não pode ser confundido por um culto. Ele é vida e vida em abundância para todos. Cristo cumpriu sua Missão até o fim, dando sua própria vida. Ser seu discípulo implica na doação da nossa própria vida. O Discipulado tem suas etapas. Jesus escolheu muitos, para chegar até os doze. E ainda entre os doze havia três mais próximos. Assim também é entre nós. Nós temos que nos animar, mesmo às vezes sendo minoria, mas temos que ser uma minoria com a Missão clara de sermos discípulos de Jesus.
3- Profecia: Documento de Aparecida diz que a nossa Igreja tem que ser de Missão. Temos que fazer ações que fortaleçam nossa Igreja pra dentro e pra fora. Temos que transformar nossa realidade. Enfrentamos muitos conflitos. Por isto a importância das CEBs é a de ser Igreja vivida na comunidade, na base. E nossa compreensão de comunidade tem que ser pra além da divisão territorial. E aí, nós também sabemos que nosso alcance será na medida da nossa capacidade. Jesus escolheu cada um pelo nome. Assim, todos devem ser acolhidos. Pra ser discípulo e profeta, tem que ter capacidade, se preparar e dedicar seu tempo. O Profeta tem que ser boa notícia para o pobre, explorado e oprimido; e ser má notícia para quem explora e oprime o outro. Ser profeta é seguir o Mestre e não um culto. O mundo está carente de profetas. Não estão surgindo novos profetas a exemplo de Pe. Comblin, D. Pedro Casaldáliga, D. Helder e outros. Segundo Pe. Comblin “os novos profetas têm que surgir de dentro e do meio do povo, dos leigos”.
A Assembleia, consciente destas reflexões, conheceu também os anseios e as realidades das CEBs aqui representadas. Diante disso assumimos compromisso de:
· Elaborar o subsídio “Palavra de Deus na Vida do Povo” com metodologia, conteúdo e linguagem desejados.
· Elaborar subsídio para fomentar e ajudar nos encontros das Cebinhas.
· Buscar formas de atender aos desejos de Formação das CEBs.
· Propor e apresentar nova redação à Diocese de São José dos Campos das “Diretrizes e Plano de Ação das CEBs”.

DEUS, Cristo e os Pobres - livro de Paul Wess



Título: DEUS, Cristo e os Pobres
Subtítulo: Libertação e salvação na fé à luz da Bíblia
Assunto: Teologia da Libertação; Igreja de Comunidades de Base
Ano: 2011
Autor: Paul Wess
Apresentação: João Batista Libanio
DEUS, Cristo e os Pobres.
Libertação e salvação na fé à luz da Bíblia
Dom Erwin Kräutler:
Desde seus primeiros estudos teológicos, Paul Wess questiona criticamente premissas e paradigmas da teologia e procura respostas a perguntas abertas acerca dos fundamentos da fé e da estrutura/atuação da Igreja. O sabor todo especial de suas reflexões deve-se ao chão em que amadureceram: uma paróquia em Viena onde surgiram após o Vat II CEBs que buscaram ser uma Igreja de irmãos e irmãs, e que viveram experiências de intercâmbio internacional.À semelhança de Jon Sobrino, Wess entende Jesus Cristo como o “líder e plenificador da fé” (Hb 12,2) que se tornou o irmão de todos, mas preferencialmente dos pobres, e o mediador da libertação e salvação que Deus nos preparou. Essa reconsideração da fé bíblica pode orientar a prática de nossas comunidades, e faz deste livro uma contribuição oportuna que abre novas perspectivas para a Teologia da Libertação.
João Batista Libanio SJ:
No interior da Teologia da Libertação, entre os seus mais respeitáveis protagonistas, no contexto de Aparecida, surgiu certa tensão. Desencadearam-na as reflexões de Clodovis Boff. [...] Wess começa por aí o livro [...] e indica o ponto central da questão: a natureza da opção pelos pobres e suas consequências no fazer teologia. Com enorme perspicácia, percebe ponto comum, embora inverso, da teologia de Clodovis e a do seu irmão Leonardo. Ambos fazem relação não reflexamente trabalhada entre Deus, Jesus Cristo e os pobres.
A clareza da formulação do problema [...] e as motivações existenciais do autor fazem a riqueza e beleza do livro. A primeira dá-lhe rigor científico. As segundas imprimem-lhe caráter pastoral. Ele realiza primorosamente o famoso axioma de K. Rahner: “Toda teologia deve ser pastoral, e toda pastoral deve ser teológica”.
O leitor aproveitará dessa reflexão teológica cuidadosa, perspicaz e profunda, trazendo luz para os dois lados dos contendentes nessa última tensão, agora já no interior da TdL [...]. Wess alerta então para que, no futuro, se fale com “mais cuidado e modéstia, mas numa linguagem comum e fidedigna, de Deus, Cristo e dos pobres”