terça-feira, 7 de junho de 2011

Profetismo, Discipulado e Missão

III ASSEMBLEIA DIOCESANA DAS CEBs
Diocese de São José dos Campos – SP
Tema:
“Profetismo, Discipulado e Missão”
CARTA ÀS COMUNIDADES
Nós, Comunidades Eclesiais de Base, coordenadores(as) e animadores (as), da Diocese de São José dos Campos, reunimo-nos em Assembleia, no dia 05 de junho de 2011, na Comunidade Santa. Clara, Paróquia São Vicente de Paulo, Jd. Pararangaba, cidade de São José dos Campos. Sessenta delegados(as) representaram as Comunidades de Base das nossas paróquias. Iniciamos com a celebração da Eucaristia, presidida pelo nosso Assessor Diocesano Pe. Ronildo Aparecido da Rosa. Na sua acolhida e em sua homilia ele reforçou que a Missão delegada para nós, povo de Deus, se dá aqui e agora, na Terra. Nosso lugar é aqui, transformando a realidade que vivemos.
Refletimos sobre o tema da nossa Assembleia, assessorados por Mauro Kano: “Profetismo, Discipulado e Missão”.
1- Missão: Nossa Missão é levar a Justiça de Deus, ou seja, estar ao lado dos que mais precisam. O Reino que Cristo nos trouxe é um Reino de Justiça, de Igualdade. Desta forma o modelo ideal de sociedade que temos que construir é a que coloque toda sua riqueza em comum para todos, segundo a necessidade de cada um. É esta sociedade que deve ser o Reino de Deus: uma sociedade onde não haja necessitados. Construir esta sociedade é a nossa Missão. É fazer que o Reino de Deus aconteça aqui. Na medida em que nós vamos transformando a sociedade toda, o Reino de Deus vai acontecendo. Esta foi a Missão de Cristo, esta é a nossa Missão. Portanto a nossa Missão é anunciar e viver o Evangelho.
2- Discipulado: O Reino de Deus tem que ser vivido 24h por dia para que ele possa acontecer. Ser discípulo significa seguir Jesus, seguir o Mestre. Jesus de Nazaré não pode ser confundido por um culto. Ele é vida e vida em abundância para todos. Cristo cumpriu sua Missão até o fim, dando sua própria vida. Ser seu discípulo implica na doação da nossa própria vida. O Discipulado tem suas etapas. Jesus escolheu muitos, para chegar até os doze. E ainda entre os doze havia três mais próximos. Assim também é entre nós. Nós temos que nos animar, mesmo às vezes sendo minoria, mas temos que ser uma minoria com a Missão clara de sermos discípulos de Jesus.
3- Profecia: Documento de Aparecida diz que a nossa Igreja tem que ser de Missão. Temos que fazer ações que fortaleçam nossa Igreja pra dentro e pra fora. Temos que transformar nossa realidade. Enfrentamos muitos conflitos. Por isto a importância das CEBs é a de ser Igreja vivida na comunidade, na base. E nossa compreensão de comunidade tem que ser pra além da divisão territorial. E aí, nós também sabemos que nosso alcance será na medida da nossa capacidade. Jesus escolheu cada um pelo nome. Assim, todos devem ser acolhidos. Pra ser discípulo e profeta, tem que ter capacidade, se preparar e dedicar seu tempo. O Profeta tem que ser boa notícia para o pobre, explorado e oprimido; e ser má notícia para quem explora e oprime o outro. Ser profeta é seguir o Mestre e não um culto. O mundo está carente de profetas. Não estão surgindo novos profetas a exemplo de Pe. Comblin, D. Pedro Casaldáliga, D. Helder e outros. Segundo Pe. Comblin “os novos profetas têm que surgir de dentro e do meio do povo, dos leigos”.
A Assembleia, consciente destas reflexões, conheceu também os anseios e as realidades das CEBs aqui representadas. Diante disso assumimos compromisso de:
· Elaborar o subsídio “Palavra de Deus na Vida do Povo” com metodologia, conteúdo e linguagem desejados.
· Elaborar subsídio para fomentar e ajudar nos encontros das Cebinhas.
· Buscar formas de atender aos desejos de Formação das CEBs.
· Propor e apresentar nova redação à Diocese de São José dos Campos das “Diretrizes e Plano de Ação das CEBs”.

DEUS, Cristo e os Pobres - livro de Paul Wess



Título: DEUS, Cristo e os Pobres
Subtítulo: Libertação e salvação na fé à luz da Bíblia
Assunto: Teologia da Libertação; Igreja de Comunidades de Base
Ano: 2011
Autor: Paul Wess
Apresentação: João Batista Libanio
DEUS, Cristo e os Pobres.
Libertação e salvação na fé à luz da Bíblia
Dom Erwin Kräutler:
Desde seus primeiros estudos teológicos, Paul Wess questiona criticamente premissas e paradigmas da teologia e procura respostas a perguntas abertas acerca dos fundamentos da fé e da estrutura/atuação da Igreja. O sabor todo especial de suas reflexões deve-se ao chão em que amadureceram: uma paróquia em Viena onde surgiram após o Vat II CEBs que buscaram ser uma Igreja de irmãos e irmãs, e que viveram experiências de intercâmbio internacional.À semelhança de Jon Sobrino, Wess entende Jesus Cristo como o “líder e plenificador da fé” (Hb 12,2) que se tornou o irmão de todos, mas preferencialmente dos pobres, e o mediador da libertação e salvação que Deus nos preparou. Essa reconsideração da fé bíblica pode orientar a prática de nossas comunidades, e faz deste livro uma contribuição oportuna que abre novas perspectivas para a Teologia da Libertação.
João Batista Libanio SJ:
No interior da Teologia da Libertação, entre os seus mais respeitáveis protagonistas, no contexto de Aparecida, surgiu certa tensão. Desencadearam-na as reflexões de Clodovis Boff. [...] Wess começa por aí o livro [...] e indica o ponto central da questão: a natureza da opção pelos pobres e suas consequências no fazer teologia. Com enorme perspicácia, percebe ponto comum, embora inverso, da teologia de Clodovis e a do seu irmão Leonardo. Ambos fazem relação não reflexamente trabalhada entre Deus, Jesus Cristo e os pobres.
A clareza da formulação do problema [...] e as motivações existenciais do autor fazem a riqueza e beleza do livro. A primeira dá-lhe rigor científico. As segundas imprimem-lhe caráter pastoral. Ele realiza primorosamente o famoso axioma de K. Rahner: “Toda teologia deve ser pastoral, e toda pastoral deve ser teológica”.
O leitor aproveitará dessa reflexão teológica cuidadosa, perspicaz e profunda, trazendo luz para os dois lados dos contendentes nessa última tensão, agora já no interior da TdL [...]. Wess alerta então para que, no futuro, se fale com “mais cuidado e modéstia, mas numa linguagem comum e fidedigna, de Deus, Cristo e dos pobres”

SOS RIO: QUEM É MEU PRÓXIMO?

Um homem descendo de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de bandidos, contou Jesus (cf. Lc 10, 29-37). Dois homens ligados ao templo, vendo o que acontecera, passaram ao lado e não prestaram socorro. Um samaritano, porém, teve compaixão e o socorreu. Fez o que podia. Então, Jesus perguntou: Quem destes, se mostrou próximo daquele que caiu nas mãos dos bandidos? O doutor da lei respondeu: “o que usou de compaixão com ele. Vá e faça você o mesmo”, disse-lhe Jesus (cf. Lc 10,29-37). Agora, o que aconteceu na Região Serrana do Estado do Rio, é bem mais cruel. Muitos caíram na desgraça. Trata-se de uma calamidade, de uma autêntica tragédia. Há mortes em grande número, e os flagelados são muitíssimos. Refiro-me, mais uma vez, das enchentes do Estado do Rio e de alhures. Chegou nossa vez de agirmos como bons samaritanos. É Jesus, quem hoje nos diz: Vá e faça a mesma coisa.
Queremos obedecer e fazer nossa parte. Por isso, a Diocese de Taubaté estabelece que se faça uma coleta nos dias: 22 e 23 de janeiro, em todas as celebrações. São irmãos nossos que estão sofrendo. Sejamos generosos. Deus não se deixará vencer em generosidade.
Em nome da Diocese de Taubaté.
+ Dom Carmo João Rhoden, SCJ

Em maio, Rio dos Sinos teve seu melhor índice de oxigenação do ano Segundo o Pró-Sinos, cor e turbidez da água também alcançaram bons níveis em trecho crítico.



Foto: Prefeitura de Estância Velha/Divulgação


Novo Hamburgo
  - Conforme balanço feito pelo Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos) com base em dados da Central de Monitoramento, a qualidade da água do rio em São Leopoldo pode ter melhorado em alguns pontos. O registro foi feito em maio e levou em consideração a oxigenação, a cor da água e a turbidez (dificuldade de um feixe de luz atravessar a água). Os valores divulgados pelo Pró-Sinos atestam que, nesses parâmetros, a qualidade da água do Sinos está entre as classes I e II da classificação da Agência Nacional de Águas (ANA), as melhores do espectro que vai até IV. No trecho de São Leopoldo, o rio é considerado de classe IV, o que significa que ele deve ser utilizado apenas para navegação e “harmonia paisagística”.
Conforme o assessor técnico do consórcio, Maurício Prass, apesar desses três indicadores estarem com uma boa qualidade, isso não significa que o rio esteja livre da poluição. Em nota, a assessoria de comunicação da ANA informou que “os parâmetros cor, turbidez e oxigenação são relevantes no acompanhamento da efetividade das ações de despoluição de rios, principalmente no caso do Vale dos Sinos, onde existe grande atividade e quantidade de curtumes.”
Por que melhorou?
Para o diretor executivo do consórcio Pró-Sinos, Julio Dornelles, a melhora nos índices deve-se a um conjunto de fatores. “Temos de levar em consideração o clima, já que durante esse período choveu dentro da média, assim como o trabalho da Central de Monitoramento, que inibe a ação das indústrias que descartam materiais poluentes, e as ações de fiscalização do Ministério Público, da Delegacia Policial Ambiental, da Fepam e de outros órgãos. Além disso, a ampliação de serviços de saneamento básico, como a Estação de Tratamento da Feitoria e os tratamento de efluentes por parte dos curtumes, também ajudaram nesta melhora da qualidade”, explica Dornelles.
Para Juliana Chaves, coordenadora de operação do Serviço Municipal de Água e Esgotos de São Leopoldo (Semae), é possível que só agora o rio esteja mostrando uma melhora. “As melhorias normalmente aparecem no mínimo três meses após o início das operações do tratamento de esgoto e são gradativas, já que o Sinos recebe também outros tipos de efluentes.”
Indicadores positivos
Segundo Giovane Martinello, assessor técnico do Pró-Sinos, a água com uma boa oxigenação deve ter 5 miligramas de oxigênio dissolvidos por litro de água e, de acordo com a média de maio informada pelo consórcio, dectada no trabalho das sondas do Semae e do Instituto Martim Pescador, o Rio dos Sinos estaria com média de 7,6 mg/L. A turbidez também estaria dentro do padrão, que seria abaixo de 40 uT (unidade de medida de turbidez) e em maio ficou a 13,9 uT. A cor, porém, está no nível considerado médio, de 88 uC (unidade de medida de cor), já que o ideal seria abaixo do 75 uC.
A classificação do Sinos
Segundo Julio Dornelles, a notícia da melhora da água foi animadora, já que até então o trecho próximo a São Leopoldo estava enquadrado na classe IV (a pior), mesma classificação do Rio Gravataí. Dentro da classe III está o trecho de Taquara onde, conforme Dornelles, existe uma presença forte das indústrias calçadistas. Na classe II está o trecho do Paranhana e na classe I está a nascente do rio.
Novas sondas previstas
Por enquanto, a Central de Monitoramento está trabalhando com uma sonda móvel do Instituto Martim Pescador e com a fiscalização de Semae, Comusa e Corsan. Em julho, a Feevale deve instalar mais duas sondas e até agosto, outras duas do próprio Pró-Sinos serão colocadas. De acordo com Maurício Prass, assessor técnico do Pró-Sinos, a intenção é criar e colocar em prática o Sistema de Gerenciamento Integrado da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, que inclui a colocação de sondas em 50 pontos, além de ter equipes de fiscalização disponíveis. “Estamos buscando recursos no Ministério Público, no Estado e na ANA, já que o investimento para isso é de um pouco mais de R$ 5 milhões. Com esse recurso, poderemos verificar de imediato qualquer descarte indevido de efluentes no rio e ir rapidamente ao local fiscalizar.”
AS PREFEITURAS ESTÃO DE OLHO
Campo Bom - Desde dezembro de 2010 o monitoramento do Rio dos Sinos na cidade é diário. Segundo a secretária de Meio Ambiente Gisela Maria de Souza, o importante é que ações têm repercutido junto aos empreendimentos e aos órgãos públicos. “Aumentou a atenção ao rio, o que reduziu a carga poluidora”, diz. Gisela lembra que a bacia não tem limite e que Campo Bom recebe água de Sapiranga e Novo Hamburgo de Campo Bom, e assim, sucessivamente. Além disso, periodicamente empresas potencialmente poluidoras são vistoriadas por meio da fiscalização do município.
Dois Irmãos - Geograficamente, apenas 4% da água do município faz parte da bacia do Rio dos Sinos. Conforme a chefe do Departamento de Meio Ambiente, Hariet Arandt, é desenvolvido um programa de educação ambiental permanente em Dois Irmãos, com a participação de 22 servidoras da educação. “Mas o nosso carro chefe é a separação do lixo, que quando descartado corretamente, não vai para o rio”, comenta.
Estância Velha - O município desenvolve desde 2002 programa de monitoramento diário do Arroio Estância Velha. São feitos exames laboratoriais por meio de uma parceria entre o Senai e a Feevale. Conforme o secretário de Meio Ambiente e Preservação Ecológica Claudenir Ferreira Santos, há tempos já é observada uma melhoria considerável nos recursos hídricos do município. Com o projeto Diagnóstico da Qualidade Ambiental, foram constatadas melhoras no parâmetro de toxicidade. “Inclusive, no final do arroio, a água não demonstrou nenhum tipo de toxicidade, tanto para peixes, algas e crustáceos”, informa. O arroio é monitorado em 35 pontos e, caso a equipe observe alguma alteração, imediatamente se dirige ao grupo de empreendimentos com potencial para causar o impacto. “Para nós de Estância Velha isso não é novo. O monitoramento é uma ferramenta de gestão que serve de base para os estudos do Consórcio Pró-Sinos”, diz Santos.
Ivoti - Na cidade, apenas 1% da bacia hidrográfica é do Rio dos Sinos. No entanto, a prefeita Maria de Lourdes Bauermann salienta que o forte monitoramento feito junto às indústrias localizadas na entrada da cidade é uma ação importante para prevenir danos ao meio ambiente. “Pedimos melhorias no sistema de lançamento dos detritos, o que foi feito. Além disso, cuidamos da manutenção de mata ciliar nos arroios, repondo árvores e evitando o desmatamento”, comenta. Em Ivoti, devido à coleta seletiva do lixo, não existem aterros sanitários que possam contaminar o solo e os arroios.
Novo Hamburgo - Para o prefeito Tarcísio Zimmermann, tão importante quanto o resultado são as obras que estão sendo realizadas em praticamente todos os municípios da bacia. “Há uma grande conscientização para a necessidade de cuidar do rio. Esse é o resultado mais importante depois de anos com alertas e crises”, ressalta. No Município, Tarcísio destaca o trabalho de educação ambiental realizado junto aos estudantes e os investimentos em tratamento de esgoto, com previsão de conclusão das obras da bacia do Arroio Luiz Rau em 2013.
Sapiranga - O prefeito Nelson Spolaor destaca que a cidade atua com três frentes de trabalho para melhorar a qualidade da água do Rio dos Sinos. A primeira é a fiscalização ambiental, com atividades semanais. A segunda é o trabalho de educação ambitental junto à comunidade escolar. Spolaor destaca o programa De Olho no Óleo, ação que recolhe óleo de cozinha por meio de bombonas distribuídas em todas as escolas. A terceira frente são as obras de tratamento de esgoto, previstas para serem concluídas até fim de 2012. “A meta é tratar entre 65% e 70% do esgoto”, finaliza.

Ministério Público apresenta 11ª ação contra Belo Monte

Na 11ª ação civil pública ajuizada contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), o Ministério Público Federal (MPF) no Pará pede a suspensão da licença de instalação concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na semana passada. A ação aponta o descumprimento das condições prévias exigidas para preparar a região para os impactos ambientais e sociais da obra.

O MPF, com base em um parecer técnico do Ibama, argumenta que condicionantes nas áreas de saúde, educação, saneamento, navegabilidade e no levantamento das famílias atingidas não foram cumpridas pelo consórcio empreendedor. Segundo o MPF, o Ibama concedeu a licença de instalação considerando as condicionantes como estando em fase de cumprimento ou parcialmente atendidas.
Para o Ministério Público, ao não conferir as exigências que o prórpio órgão ambiental impôs à Usina de Belo Monte, o Ibama atingiu o “limite da irresponsabilidade” e que a criação de conceitos flexíveis para avaliar as condicionantes serve apenas ao interesse da empresa responsável pela obra. “Mas não serve, em absoluto, ao interesse da sociedade amazônica e brasileira, que esperavam ver um licenciamento rigoroso e exemplar para a obra que vai consumir o maior volume de recursos públicos dos últimos 30 anos”, diz o MPF na ação.
De acordo com o procurador da República no Pará Ubiratan Cazetta, das 11 ações impetradas, apenas uma foi julgada até o momento.

Nova missão tentará reverter embargo russo à carne brasileira

Depois de mais de duas horas reunidos no Ministério da Agricultura com o ministro Wagner Rossi, empresários pediram a participação direta do vice-presidente da República, Michel Temer, nas negociações com o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, para tentar reverter o embargo a 89 frigoríficos brasileiros, anunciado na semana passada. Há 20 dias, eles estiveram juntos em Moscou, quando parte da delegação definiu prazos e metas para cumprir as exigências russas em relação à carne brasileira.

“É preciso haver uma ação forte do governo para resolver a situação. Vamos pedir respeito aos prazos para analisar o que o Brasil se comprometeu a fazer”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos, Francisco Turra. Ele disse que o caso mais grave é do setor de suínos, que tem cerca de 40% de suas exportações direcionadas ao mercado russo, mas, no caso da avicultura, a imagem também preocupa.
“Esperamos que o ministério esclareça as dúvidas da forma mais cabal para que  não atrapalhe [as vendas] em outros mercados. Mesmo vendendo só 4% das nossas exportações para a Rússia, o problema é a imagem. Por isso, estamos dispostos a sofrer uma auditoria”, disse Turra.
Segundo Wagner Rossi, o ministério fará uma auditoria em todas as plantas embargadas e atuará em várias frentes. “Vamos fazer uma agenda e a cumpriremos religiosamente. O governo precisa melhorar alguns aspectos laboratoriais e o setor privado precisa ser rigoroso com o controle de qualidade. Do lado da diplomacia, serão tomados os passos adequados para que haja uma reversão desta relação, no momento estressada, com a Rússia.”
Apesar de adotar um discurso de que “o cliente tem sempre razão”, Rossi reforçou que a atitude russa “não é correta do ponto de vista das relações internacionais”. Quando Temer liderou uma delegação na Rússia, houve o compromisso de inspecionar em um mês todas as plantas que exportavam para aquele país. Em 15 dias, no entanto, a autoridade sanitária russa anunciou o embargo aos frigoríficos, causando, segundo o governo e empresários brasileiros, “surpresa e estranheza”.
O ministro anunciou que, dentro de duas semanas, missão oficial brasileira irá à Rússia para retomar as negociações e tentar reverter o embargo.

De acordo com Turra, o consenso entre os empresários, mesmo sem provas reais, é que a posição tem relação com as “barganhas” feitas pela Rússia no pleito para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Não tem nenhuma razão para uma medida tão brutal e inédita assim. Tivemos outras visitas para vistoriar nossos frigoríficos este ano, incluindo da União Europeia, e não tivemos nenhum problema”, disse ele.